Smoke gets in your eyes apresenta um conjunto de esculturas que transitam entre a ideia de natural e artificial, entre o que é transitório ou efémero e aquilo que podemos fixar e conservar. O fumo como coisa diáfana e misteriosa, a água como elemento transitório e o muxarabi, janela filtrada de onde se vê e centro de algumas das proposições modernas brasileiras, compõem a trama de relações aqui presentes. Se por um lado problematizam a apropriação da natureza através do pensamento sistemático da cultura, por outro parecem devolver à paisagem uma ideia de estilização ou de gramática construtiva. A questão do fazer escultórico é aqui colocada como crivo para organizar uma narrativa emocional e inconclusiva, relacionada à ideia de visibilidade e de desejo.